Existe aí uma discussão sobre tragédias recentes, uma que ocorreu no Brasil, em Minas Gerais envolvendo um incidente ambiental e outra em Paris, França, um atentado terrorista provocado pelo Estado Islâmico.
A discussão se baseia no fato que a mídia brasileira, assim como o mundo inteiro, voltou seus holofotes para a França, enquanto Minas Gerais parece estar esquecido. Existe uma discussão que envolve acusações de "antipatriotismo" por parte de quem se mobiliza em favor de Paris e aparentemente esquecem das mazelas do Brasil.
Não quero aqui defender nem um, nem outro. Se bem que quem me tem adicionado ao Facebook deve ter percebido que fiz duras críticas em relação a preocupação com a França e o esquecimento para com os nossos.
Porém, vamos deixar a parcialidade de lado e vamos aos fatos:
A verdade é que a mídia nacional e internacional só dá atenção para quem realmente tem o poder nas mãos ou fazem parte do "grupo do poder".
Uma pergunta: Você soube desse ataque? Você viu alguém mudar cores de seu Facebook? Você viu os países da alta cúpula se mobilizarem? Para ser sincero eu nem soube desse ataque, até porque não sou muito de ler notícias. Isso prova que a mídia não deu tanta importância não é verdade?
Quando a França foi atacada, algumas horas depois lá estava Barack Obama declarando que o ataque contra a França foi um ataque contra a humanidade. Já que perguntar não ofende, o ataque a Quênia foi um ataque contra quem?
Claro que os franceses merecem nossa consternação, mas algo que temos que aprender é não andar pelo que a mídia nos vende. Infelizmente esses ataques são muito mais frequentes do que se imagina em países pobres, na África, por exemplo. Citei o Quênia por ter sido uma tragédia de proporções bem semelhantes.
Não é questão de escolher por quem se solidarizar, é questão de entender que não existem só franceses, só americanos, só alemães e etc. Existem outros países, outras vidas, que infelizmente na prática, não recebem o mesmo valor comparado a países de elite.
Repito: Os franceses merecem sim nossa consternação. Mas o revoltante, o gritante, é saber que existem outros países, inclusive o Brasil, que sofrem muito mais, no nosso caso não com o terrorismo, e são esquecidos pelo mundo.
Fica aqui o meu desabafo.
Jesusmar Sousa Teixeira